sexta-feira, 13 de junho de 2025

Trocando as Bolas

Esse foi o segundo filme da carreira do comediante Eddie Murphy (ele havia estreado no cinema com o policial “48 Horas” ao lado do ator Nick Nolte). Na época Murphy era muito conhecido do público americano por causa de seu trabalho no programa de TV “Saturday Night Live”, um dos mais populares dos Estados Unidos. Já no Brasil quase ninguém o conhecia uma vez que o SNL não era exibido em nosso país. Assim Murphy pelo menos por aqui se tornou conhecido mesmo por causa de seus filmes. “Trocando as Bolas” é um dos mais curiosos filmes de toda a sua carreira. O roteiro é todo construído apenas em torno de uma pergunta: Seria o homem fruto apenas de seu meio social? Em outras palavras, seria o sucesso ou o fracasso pessoal apenas o resultado do lugar onde se teria nascido? Para testar a veracidade da tese dois milionários excêntricos (interpretados com muita elegância por Dom Ameche e Ralph Bellamy) resolvem fazer um teste com duas pessoas completamente diferentes. Um bem nascido, filho de família bem situada, formado em uma das melhores universidades do país, com bom emprego e freqüentador dos melhores círculos sociais. O outro um vagabundo de rua, criado na malandragem dos bairros da periferia, formado e educado na escola da vida.

O que aconteceria se o grã-fino perdesse absolutamente tudo e fosse jogado nas ruas e o malandro fosse agraciado com todas as oportunidades de sucesso, dinheiro e posição social? O personagem das ruas é Billy Ray Valentine (Eddie Murphy) e o esnobe da alta classe é Louis Winthorpe III (Dan Aykroyd). Da noite para o dia um perde tudo e o outro é alçado a executivo de Wall Street. Os papéis são literalmente trocados. Fazia muitos anos que tinha assistido essa comédia e nessa revisão pude perceber que embora não soe mais tão engraçado como antes ainda é um roteiro muito bem conectado, inteligente, bem escrito. De certa forma os dois milionários que trocam as bolas dos personagens principais estão na realidade testando, entre outras coisas, as bases do chamado Darwinismo social, teoria muito polêmica e controvertida que até hoje é motivo de debates no meio acadêmico. Claro que o filme não avança a fundo nesse ponto, preferindo apenas trazer diversão com uma pequena lição de moral em seu final. Mesmo assim ainda é uma diversão válida que a despeito de ter envelhecido um pouco ainda faz pensar – algo que definitivamente não se encontra mais em comédias como essa. Assim fica a dica de “Trocando as Bolas”, comédia dos anos 80 que diverte mas que consegue também intrigar ao mesmo tempo.

Trocando as Bolas (Trading Places, Estados Unidos, 1983) Direção: John Landis / Roteiro: Timothy Harris, Herschel Weingrod / Elenco: Eddie Murphy, Dan Aykroyd, Ralph Bellamy, Dom Ameche, Denholm Elliott / Sinopse: Dois milionários resolvem mudar as posições sociais de duas pessoas completamente diferentes. A um grã-fino esnobe resolvem lhe tirar o emprego, o trabalho e a posição social. A um malandro de rua resolvem lhe arranjar uma posição de executivo em Wall Street. No fundo tudo não passa de uma aposta para saber com certeza se o homem é realmente apenas fruto de seu meio social.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Última Festa de Solteiro

Título no Brasil: A Última Festa de Solteiro
Título Original: Bachelor Party
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Neal Israel
Roteiro: Bob Israel, Neal Israel
Elenco: Tom Hanks, Tawny Kitaen, Adrian Zmed

Sinopse:
Rick Gassko (Tom Hanks) está prestes a casar com Debbie Thompson (Tawny Kitaen). Seus pais odeiam a ideia. Os amigos de Rick porém estão pouco se importando com a opinião dos pais de Debbie. Eles querem dar uma despedida de solteiro para o amigo que entrará para a história de Los Angeles. Inicialmente resolvem fazer a festa no hotel mais caro da cidade com tudo do bom e do melhor, sem se importar com as despesas. Depois cada um dos amigos começa a ter novas ideias, algumas bem fora do normal, até que de repente aquilo que iria se transformar numa despedida de amigos acaba se transformando em um caos incontrolável!

Comentários:
Já que estamos falando do carismático Tom Hanks hoje, que tal recordar uma de suas comédias mais queridas pelo público? O filme foi rodado logo após a grande estréia de Tom Hanks no cinema, a comédia Disney "Splash, uma sereia em minha vida". Nos anos 80 estava muito em voga esse tipo de comédia mais picante, como por exemplo "Porky´s", "O Último Americano Virgem", "Negócio Arriscado" e coisas nesse estilo. "A Última Festa de Solteiro" foi o "Porky´s" da carreira de Tom Hanks, vamos colocar nesses termos. É importante entender que Hanks no comecinho de sua carreira não era esse ator oscarizado que a nova geração passou a conhecer. Pelo contrário, ele fazia mesmo a linha comediante gaiato, em fitas comerciais, muitas delas realizadas sem qualquer pretensão a não ser divertir o máximo possível o público jovem. E diversão certamente não faltará nesse "Bachelor Party". É o tipo de comédia maluca que fazia muito sucesso nas locadoras durante a era do VHS, afinal de contas reunir os amigos em casa para dar boas gargalhadas com esse tipo de roteiro era mais do que divertido. Há muitas cenas sem noção e momentos que fariam a geração atual do politicamente correto ficar de cabelos em pé - mas pensando bem, a graça vem justamente desse tipo de situação. Assista, relembre (se você for daquela época) e dê boas risadas pois a verve cômica da fita ainda continua de pé, mesmo após tantos anos. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes

Bom, se você gosta dos filmes estrelados por Jason Statham então não pode deixar de assistir a essa fita de ação. Não, o Jason ainda não era o principal nome do elenco, mas já tinha destaque entre os colegas de profissão. Antes desse filme o Jason só havia atuado em dois outros filmes, nenhum deles chegou a ter algum destaque no Brasil. "The Shamen: Comin' On" e "Erasure: Run to the Sun" só foram lançados no mercado inglês e eram curtas, por isso podemos dizer que "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" é de fato o primeiro filme da carreira de Jason Statham. E foi um ótimo começo, uma vez que a fita foi dirigida por ninguém menos do que Guy Ritchie, cineasta sempre queridinho da crítica. Ao longo dos anos seus exageros foram estragando algumas produções, principalmente aquelas que contavam com orçamentos milionários. Isso porém não acontece aqui pois o filme tem a medida certa de ação e esquisitice.

A história se passa numa Londres feia e cinzenta. Tudo se desenvolve no submundo do crime londrino, onde um sujeito decide dar um golpe em uma chefe de quadrilha da região onde mora. O palco seria um jogo de pôquer, mas como sempre acontece nesse tipo de situação as coisas não dão muito certo e ele fica com uma dívida de 500 mil libras! Dever para um criminoso acostumado a quebrar as pernas de quem não gosta não parece ser uma boa ideia. Assim o grupo decide que é hora de levantar dinheiro o mais rapidamente possível. Como? Ora fazendo assaltos e crimes por toda a cidade. O filme tem uma estrutura narrativa insana, como é bem característico do cinema de Guy Ritchie e talvez por isso tenha sido indicado ao BAFTA Awards, premiação bem prestigiada que não costuma indicar filmes de ação.

Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, Inglaterra, 1998) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie / Elenco: Jason Flemyng, Dexter Fletcher, Nick Moran, Jason Statham / Sinopse: Ao dever para um chefão da máfia local, um grupo de criminosos pé de chinelo não vê outra alternativa do que promover uma série de crimes para levantar o dinheiro o mais rapidamente possível. Uma péssima ideia...

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Mad Max

Hoje em dia o cinema australiano passa por uma crise criativa mas na década de 70 ele passou por uma fase extremamente interessante do ponto de vista artístico. Atualmente os filmes australianos praticamente apenas imitam os clichês do cinema americano (com pontuais exceções) mas o quadro já foi o inverso. O maior exemplo foi esse “Mad Max”, filme de baixo orçamento rodado nos desertos australianos que acabou criando um subgênero próprio, o dos filmes de ação pós apocalíptico. George Miller, o diretor, teve uma ideia genial nesse aspecto. Ele resolveu levar toda uma equipe de cinema para as regiões mais distantes e secas do deserto australiano (um lugar que faz o sertão nordestino parecer um oásis) para rodar uma aventura on the road completamente futurista. 

O enredo não perderia muito tempo com firulas, partindo logo para a ação desenfreada! Liderando o elenco ele trouxe um desconhecido, um jovem boa pinta, sem qualquer experiência em filmes de ação que só possuía no currículo uma pequenina produção da Austrália sobre Surf chamado “Summer City” (que chegou a ser lançado em vídeo no Brasil). Ele não era australiano mas americano, criado naquele país desde muito jovem. Seu nome? Mel Gibson! O sucesso estrondoso de Mad Max acabou abrindo as portas de Hollywood para Gibson e o resto é história pois ele acabou se tornando um dos mais bem sucedidos astros da indústria americana. Hoje em inferno astral, Gibson naquela época era apenas um garoto promissor que daria muito, muito certo na carreira.

Por falar em sucesso, “Mad Max” é até hoje um dos filmes mais lucrativos da história do cinema. Ele custou apenas 800 mil dólares – uma mixaria em se tratando de filmes – e rendeu mais de 100 milhões de dólares quando ganhou o mercado americano e europeu. Os críticos ianques aliás adoraram todo o conceito por trás do filme. Era algo inovador, genial, que chegava até mesmo a lembrar o clima árido e selvagem dos grandes clássicos do western americano. A identificação foi imediata. Anos depois George Miller explicaria que a idéia de filmar em um mundo pós-apocalipse nasceu mesmo por necessidade e conveniência. Ele só conseguiria rodar um filme com orçamento tão barato se não tivesse que pagar pelas locações. Os custos deveriam ser os menores possíveis. Assim a ideia de filmar no deserto australiano veio bem a calhar. Como não havia nada naquela região esquecida por Deus ele teve a genial ideia de inserir no argumento do filme que aquilo seria justamente o mundo após o fim da civilização. Tudo seria subentendido e o roteiro não deveria perder tempo explicando muito o que tinha acontecido. Junte a isso alguns carrões envenenados, perseguições, tiros e pronto! Estava criado um conceito inovador que seria imitado até a exaustão nos anos seguintes (continua sendo imitado até hoje é bom frisar). É certo que existiram vários filmes sobre o mundo após o Apocalipse mas nenhum tinha sido tão original e inovador como “Mad Max” que praticamente criou sozinho o estilo que seria seguido por décadas! O mais importante aqui porém é o fato de termos um filme australiano sendo copiado pela cinema americano, justamente o que o diferencia dos dias atuais onde encontramos o extremo oposto disso. Bons tempos aqueles.

Mad Max (Mad Max, Austrália, 1979) Direção: George Miller / Roteiro: James McCausland, George Miller / Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne / Sinopse: Policial conhecido como Mad Max vai a desforra contra uma gangue de bandidos no deserto australiano. Armado e furioso ele pretende impor seu conceito de justiça contra os criminosos que caça pelas estradas inóspitas. Espetacular sucesso comercial do cinema Australiano. Deu origem a duas continuações e centenas de filmes que seguiam a mesma linha de mundo pós-apocalíptico.
   
Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Encontro às Escuras

Bruce Willis já foi um ator bacana. Muita gente não consegue mais dissociar sua imagem dos filmes de ação mas lá no comecinho de sua carreira Willis era basicamente um ator especializado em personagens de humor, geralmente usando seus maneirismos de sujeito cínico e bonachão. O maior exemplo disso vem do grande papel de sua vida, aquele que efetivamente o tornou conhecido. Foi na série “A Gata e o Rato” que Bruce Willis virou um astro da TV. Na época ele era apenas um ator desconhecido que conseguia participações sem muita importância nas séries de sucesso “Miami Vice” e “Além da Imaginação”, nada de muita relevância ou digno de nota. Para se ter uma idéia Willis teve que vencer centenas de candidatos pelo papel de David Addison em “A Gata e o Rato”. Como na época ele era um desconhecido foi para a fila de testes, debaixo do sol, enfrentando a concorrência de uma multidão, como todo ator desempregado em busca de trabalho em Hollywood. A sorte porém lhe sorriu e após 66 episódios ele estava conhecido do grande público pois o seriado se tornou um grande sucesso de audiência (chegou inclusive a ser exibido por vários anos pela Rede Globo em horário nobre).

Pois bem, depois de todo esse sucesso o caminho natural era realmente tentar fazer a complicada transição para o cinema. E foi justamente esse “Encontro às Escuras” o primeiro passo de Bruce Willis na sétima arte. Eu já era fã dele naquela época por causa de “A Gata e o Rato” e obviamente fui ao cinema para conferir como o ator estava se saindo agora na telona. Tive que reconhecer que o filme em si não teve muita repercussão. Aqui no Brasil foi lançado de forma até muito modesta em poucas salas. Também não era um blockbuster ou um filme de enorme potencial de bilheteria, era em essência apenas uma comédia romântica bem leve estrelado por um ator de TV e pela atriz Kim Basinger, como sempre tentando se livrar de seu marcante papel de “Nove Semanas e Meia de Amor”.  O resultado do que se vê na tela é apenas razoável. Bruce Willis só encontraria o caminho definitivo em sua carreira ao ir para o nicho dos filmes de ação no ano seguinte. Depois de “Duro de Matar” sua vida não seria definitivamente mais a mesma. Mas isso é uma outra história...

Encontro às Escuras (Blind Date, Estados Unidos, 1987) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Dale Launer / Elenco: Kim Basinger, Bruce Willis, John Larroquette / Sinopse: Walter Davis (Bruce Willis) é um sujeito viciado em trabalho. Essa obsessão em ser o melhor no mundo dos negócios literalmente destruiu sua vida pessoal e sentimental. Agora ele necessitará urgentemente de uma companhia para um importante jantar de negócios. A escolhida acaba sendo Nadia Gates (Kim Basinger). Mal sabe Walter na enrascada em que está se metendo.

Pablo Aluisio.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

O Homem dos Músculos de Aço

Título no Brasil: O Homem dos Músculos de Aço
Título Original: Pumping Iron
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Rollie Robinson, White Mountain Films
Direção: George Butler, Robert Fiore
Roteiro: Charles Gaines, George Butler
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Lou Ferrigno, Matty Ferrigno, Victoria Ferrigno, Franco Columbu, Ed Corney

Sinopse:
Documentário que mostra os bastidores da competição de fisiculturismo Mr. Olympia. Disputando o primeiro lugar surgem o campeão Arnold Schwarzenegger, que agora precisa enfrentar a nova sensação da musculação, o jovem Lou Ferrigno. Quem se tornará o grande campeão?

Comentários:
Em sua autobiografia Arnold Schwarzenegger escreveu que considerava esse o seu verdadeiro primeiro filme. Ele havia aparecido nas telas pela primeira vez em uma produção B, quase amadora, chamada "Hercules in New York". Só que era uma bobagem tremenda. Esse aqui era um documentário de verdade, feito por profissionais do cinema. A intenção era promover o fisiculturismo nos Estados Unidos. Embora fosse um esporte popular na Europa, na América ainda não tinha se tornado muito conhecido. O Mr. Olympia era uma das competições mais cobiçadas pelos atletas e o documentário captou bem os bastidores desse evento. Curiosamente o grande rival de Schwarzenegger aqui era um jovem talento, um ainda bem pouco conhecido Lou Ferrigno. Filho de um policial de New Jersey ele tentava tirar o campeão do pódio. Um aspecto curioso é que esse fisiculturista iria se tornar bem popular nos anos 70 quando conseguiu o papel do Hulk na famosa série de TV, que se tornou um sucesso inclusive no Brasil, sendo exibido pela Rede Globo por anos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

A Taberna do Inferno

Título no Brasil: A Taberna do Inferno
Título Original: Paradise Alley
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures 
Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Lee Canalito, Armand Assante, Frank McRae, Anne Archer, Kevin Conway

Sinopse:
Três irmãos ítalo-americanos, vivendo nas periferias da cidade de Nova York nos anos 1940, tentam se ajudar na carreira de lutador de um deles, usando para isso as habilidades promocionais de um dos irmãos e das táticas de vigarista de outro para frustrar um gerente desprezível de um clube de lutas.

Comentários:
Stallone ainda estava desfrutando do sucesso do primeiro filme da série Rocky quando estrelou e dirigiu esse filme que eu sempre considerei muito bom. Aliás, é um dos melhores filmes do ator, que ainda hoje, segue pouco conhecido. Assisti pela primeira vez nos anos 80, numa exibição no Supercine, da Rede Globo. Depois disso o filme só melhorou em diversas revisões que fiz. Realmente é muito bom, acima da média. Um fato interessante é perceber como Stallone era ousado e petulante nessa fase de sua carreira. Mesmo ainda não sendo um astro do primeiro time em Hollywood, ele assumia o controle de seus filmes, escrevendo o roteiro e atuando como ator principal. Não era pouca coisa para aqueles tempos. Tinha mesmo que ter coragem. Ainda mais um filme de época como esse, que tinha uma produção muito mais cara do que o convencional. Carros e figurinos dos anos 1940 tinham que ser utilizados. E tudo isso custava e tornava o filme muito mais caro. Penso que aqui Sylvester Stallone demonstrou que realmente tinha muito potencial. Na década que viria, os anos 80, ele iria se tornar o ator mais bem pago de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Novos Livros de Cinema: Brad Pitt e Leonardo DiCaprio

Novos Livros de Cinema: Brad Pitt e Leonardo DiCaprio
Dando prosseguimento em nossas publicações, colocamos à venda nesse mês de março mais dois títulos para nossa coleção de cinema. Os livros dessa vez detalham as carreiras e os filmes de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio. Edições caprichadas, com muitas informações. Segue abaixo os detalhes e os links para adquirir esses novos livros sobre cinema. 

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Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Duro de Matar

Na década de 80 o cinema americano era povoado por uma série de heróis de ação – homens de um exército só, que enfrentavam batalhões praticamente sozinhos e conseguiam sair completamente ilesos desses conflitos. Stallone, Schwarzenegger e Chuck Norris conseguiram emplacar vários sucessos com esse tipo de personagem invencível. Foi então que quase no final da década surgiu finalmente um tipo de herói diferente para essas produções. O oficial John McClane (Bruce Willis) do Departamento de Polícia de Nova Iorque não apenas se machucava nos tiroteios em que se envolvia como também sangrava e se feria para valer em cena. Era um novo tipo de atitude dentro dos filmes de ação ininterrupta. 

Interpretado por Bruce Willis em seu primeiro filme nesse gênero a fragilidade e vulnerabilidade do tira logo caiu no gosto do grande público e “Duro de Matar” se tornou um sucesso estrondoso de bilheteria. O curioso é que ninguém em Hollywood apostava muito em Bruce Willis para estrelar um filme desse tipo. Na época ele era apenas um ator de TV que interpretava o cínico e engraçadinho detetive da série “A Gata e o Rato”. Fazer a transição da telinha para a telona dos cinemas não estava muito fácil para ele. Seu primeiro filme, uma comédia romântica chamada “Encontro às Escuras” com Kim Basinger, tinha feito um sucesso apenas modesto nas bilheterias. Ninguém realmente esperava que Willis iria emplacar um sucesso tão grande como esse “Duro de Matar”.

O roteiro era bem simples mas procurava tirar o melhor proveito possível da situação limite mostrada no filme. Um grupo de terroristas tomava controle de um grande arranha-céu. Exigindo um resgate milionário os terroristas só não contavam com a presença no local do tira casca grossa McClane (Willis) que a partir daí faria qualquer coisa para libertar sua esposa que se encontrava entre os reféns. Com a trama armada o espectador passa a acompanhar uma sucessão de cenas de ação no monumental edifício (na verdade a sede dos estúdios Fox em Los Angeles). O sucesso espetacular de “Duro de Matar” daria origem a uma franquia praticamente sem fim, com várias sequências nos anos seguintes. Bruce Willis também redirecionaria completamente sua carreira a partir daqui. Deixaria o estilo de comediante simpático e cheio de cinismo de lado para investir firme em várias fitas de ação nos anos que viriam. Mesmo com longo currículo de produções no gênero depois de tantos anos o fato é que nenhuma delas conseguiu superar o impacto e a qualidade desse primeiro “Duro de Matar”, um dos melhores filmes de ação de uma década que ficou marcada justamente pela profusão desse tipo de filme. Era o melhor do cinema de ação da década de 80.

Duro de Matar (Die Hard, Estados Unidos, 1988) Direção: John McTiernan / Roteiro: Steven E. de Souza, Jeb Stuart, baseado no livro de Roderick Thorp / Elenco: Bruce Willis, Alan Rickman, Bonnie Bedelia, Reginald VelJohnson / Sinopse: Policial de Nova Iorque acaba se envolvendo em um seqüestro em andamento sob liderança do terrorista Hans Gruber (Alan Rickman) que exige uma grande quantia em ações para libertar um grupo de reféns.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Todos os Tiras são Bastardos

Excelente filme italiano que mostra um grupo de policiais da tropa de choque daquele país. Os tiras são mostrados como pessoas com vários problemas não só na profissão como também em suas vidas pessoais. Tudo de forma extremamente bem roteirizada - realmente o filme é muito bem escrito. Nesse ponto me lembrou bastante do nosso "Tropa de Elite" pois somos introduzidos nas vidas dos policiais, sem medo de mostrar uma realidade nua, crua e dura! A.C.A.B. é uma sigla usada por torcedores europeus de futebol em relação aos policiais das tropas de contenção que são justamente os que enfrentam os Hooligans durante as partidas de futebol. Como se sabe as torcidas européias são bem conhecidas por sua violência e truculência. Batalhas campais são comuns (inclusive aconteceram recentemente na última Eurocopa). "All Cops Are Bastards" (em português "Todos os Tiras São Bastardos") mostra bem o clima que impera entre torcedores e policiais nesses eventos esportivos. Mas não é só. 

A.C.A.B. também mexe numa ferida profunda pelo qual passa a sociedade europeia nesse momento. A questão da imigração desenfreada e o crescente aumento do sentimento nacionalista nesses países. Em crise os europeus, principalmente jovens e desempregados, sentem grande sentimento de ressentimento e ódio racial em relação aos imigrantes de países mais pobres como Tunísia e Romênia. Para esses grupos neo nazistas o que se vê hoje na Europa é uma inversão de valores aonde o imigrante é protegido pela lei e o nacional é colocado para escanteio. No filme isso é retratado na estória de um jovem policial que vê sua pobre mãe ser despejada pelas autoridades italianas para ser colocada em seu lugar uma família de Tunisianos, imigrantes ilegais. Além disso o filho do comandante do esquadrão de choque se torna adepto de um grupo de Skinheads. Enfim, muitos subtextos interessantíssimos em um filme extremamente atual, inteligente e instigante. A.C.A.B. é sem dúvida um dos melhores filmes europeus do ano.  

A.C.A.B - Todos os Tiras são Bastardos (ACAB, Itália, 2012) Direção: Stefano Sollima / Roteiro: Daniele Cesarano baseado no livro de Carlo Bonini / Elenco: Pierfrancesco Favino, Filippo Nigro, Marco Giallini / Sinopse: Um grupo de policiais da tropa de choque italiana precisa enfrentar os problemas de sua profissão. Salários baixos, violência e atritos com a população e Hooligans de times italianos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

F.I.S.T.

Título no Brasil: F.I.S.T.
Título Original: F.I.S.T.
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Joe Eszterhas, Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Rod Steiger, Peter Boyle, Melinda Dillon, David Huffman, Kevin Conway

Sinopse:
Nesse filme Stallone interpreta Johnny Kovak, um trabalhador braçal que acaba sendo demitido por reivindicar melhores condições de trabalho. Após entrar no sindicato dos caminhoneiros ele acaba subindo na carreira sindical, se tornando um dos principais líderes de sua classe nos Estados Unidos.

Comentários:
Um dos melhores filmes da carreira de Stallone também é um dos menos conhecidos. O roteiro de "F.I.S.T." foi claramente inspirado na vida do líder sindical Jimmy Hoffa que havia desaparecido três anos antes da produção desse filme. E a trajetória do personagem interpretado pelo ator ia bem nessa direção, se tornando quase uma obra didática ao explicar porque homens de sindicatos como Hoffa acabavam caindo nas mãos da máfia. Isso fica bem claro na história de Johnny Kovak (Stallone). No começo ele age por senso de justiça, procurando melhorar mesmo as condições de trabalho dos caminhoneiros. Porém os patrões logo partem para a pura violência física, contratando valentões para espancar os trabalhadores com grandes porretes. Nessa urgência em busca de proteção Kovak acaba aceitando a proteção de chefões mafiosos e uma vez que se tenha feito acordo com esse tipo de criminoso não há mais volta. O roteiro assim procurava justificar pessoas como Hoffa? Em certos aspectos sim. Porém o filme vai muito além disso e se torna uma excelente obra cinematográfica. E olhando para o passado se fica com aquela sensação de que Stallone não deveria ter abandonado esse tipo de cinema para se concentrar apenas em filmes de ação. Ele deveria ter optado por investir mais nesse tipo de filme com mais conteúdo e mensagem. Teria sido muito melhor para sua carreira com o passar dos anos.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Popeye

Título no Brasil: Popeye
Título Original: Popeye
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Walt Disney Productions
Direção: Robert Altman
Roteiro: Jules Feiffer
Elenco: Robin Williams, Shelley Duvall, Ray Walston, Paul Dooley, Paul L. Smith, Richard Libertini

Sinopse:
Adaptação para o cinema das aventuras do personagem de histórias em quadrinhos chamado Popeye. Ele é um marinheiro apaixonado pela Olivia Palito (Shelley Duvall), mas antes precisa enfrentar as trapaças do vilão Brutus (Paul L. Smith), inimigo de Popeye que também quer a mão de Olivia, sua grande paixão.

Comentários:
Popeye foi criado pelo cartunista E.C. Segar na década de 1920, ou seja, é um personagem antigo que está perto de completar 100 anos de sua criação. Ele sempre foi muito ideal para cartoons, desenhos animados e tirinhas em quadrinhos. Porém adaptar tudo isso para o cinema, em um filme com atores de carne e osso, sempre foi um desafio muito grande. E isso se refletiu ao longo dos anos. Durante décadas esse foi projeto foi adiado justamente por causa desses problemas de adaptação. Porém no começo dos anos 1980 a Disney (que detinha os direitos autorais do personagem) se aliou aos estúdios da Paramount para vencer esse desafio. O resultado podemos conferir nessa produção. OK, Robin Williams era um comediante talentoso e ele sem dúvida é a melhor coisa do filme, mas não há como negar que a coisa toda ficou meio estranha. O mais bizarro é que o diretor Robert Altman preferiu ir para o lado caricatural da coisa e aí... o resultado ficou pior ainda. Aliás quem teve a ideia de colocar Altman para dirigir esse filme? Não havia nome mais inadequado para dirigir um filme como esse do que ele. Diretor de filmes de arte, cults, dirigindo filme sobre Popeye? Não fez o menor sentido. Assim temos um filme que merece aplausos pela coragem dos envolvidos, mas que no final das contas não conseguiu adaptar as aventuras do marinheiro Popeye da forma que todos esperavam. Confirmou-se a velha ideia de que ele era mesmo inadaptável para o cinema.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de março de 2025

Conan - O Bárbaro

O tempo passa, o tempo voa. Fazia muito tempo que tinha assistido "Conan O Bárbaro", tanto tempo que nem lembrava mais (pra falar a verdade me recordo muito mais de "Conan, o Destruidor" talvez por ter reprisado mais vezes na tv). Pois bem, rever Conan depois de tantos anos foi uma surpresa e tanto. O filme tem um tom bem mais sério e se leva mais a sério também do que sua continuação. Isso talvez se explique pela presença do sempre correto diretor John Milius (e que no fundo era mais um bom roteirista do que qualquer outra coisa). Aqui ele acaba juntando elementos de várias contos do personagem original e se sai muito bem no resultado final. Oliver Stone inclusive é um dos roteiristas o que mostra que nesse aspecto o filme realmente tem suas qualidades.

Conan aliás pode ser considerado o primeiro grande filme (em termos de popularidade) da carreira de Arnold Schwarzenegger, que na época era apenas um monte de músculos esforçado. Fica óbvio em cada cena que ele não sabia atuar mas seus pequenos dotes dramáticos são compensados pelas presenças de dois outros atores de peso na área: Max von Sydow (infelizmente muito pouco aproveitado) e James Earl Jones (no papel de um líder messiânico, meio homem e meio serpente). Claro que após tantos anos (o filme vai completar 30 anos de sua realização no ano que vem) os efeitos ficaram datados mas para falar a verdade ainda funcionam nos dias de hoje (principalmente o uso das pitons em cena). Enfim, foi bacana rever "Conan, o Bárbaro" para relembrar da infância. Bons tempos que não voltam mais.

Conan, o Bárbaro (Conan the Barbarian, Estados Unidos, 1982) Direção: John Milius / Roteiro: John Milius, Oliver Stone baseado na obra de Robert E. Howard / Elenco: Arnold Schwarzenegger, James Earl Jones, Max von Sydow / Sinopse: Conan (Arnold Schwarzenegger) é criado como escravo. Cresce em meio a um ambiente selvagem e brutal. Depois de adulto se envolve em inúmeras aventuras.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de março de 2025

Octagon - Escola de Assassinos

Título no Brasil: Octagon - Escola de Assassinos
Título Original: The Octagon
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: ACG Motion Picture
Direção: Eric Karson
Roteiro: Paul Aaron, Leigh Chapman
Elenco: Chuck Norris, Karen Carlson, Lee Van Cleef

Sinopse: 
Scott James (Chuck Norris) é um mestre em artes marciais que é enviado para um campo de recrutamento e treinamento de combatentes ninjas conhecido por todos como "Octagon". Seus planos mudam porém quando é contratado por uma mulher rica para se vingar de seu irmão, que está envolvido com terrorismo internacional. A luta não será fácil e em pouco tempo ele acaba compreendendo que está aos poucos trilhando um caminho de volta para o temido "Octagon".

Comentários: 
Rodado com apenas 18 mil dólares o filme "The Octagon" foi o primeiro a apostar no estrelismo de Chuck Norris, o baixinho bom de briga que havia ganho notoriedade ao lutar com o mito Bruce Lee no clássico das artes marciais "O Vôo do Dragão" em 1972. Os produtores americanos nunca tinham levado muito à sério esse tipo de filme até que com a morte de Bruce Lee formou-se uma verdadeira legião de fãs nos EUA. Para faturar em cima desse público aos poucos o cinema americano foi investindo nesse tipo de produção. O roteiro era bem simples e apostava em muita pancadaria para agradar aos fãs dos filmes de artes marciais japoneses e chineses. Para espanto de muitos deu certo. "Octagon" encontrou espaço no circuito mais alternativo, formado por cinemas poeiras por todos os EUA. Na época Norris não era conhecido no Brasil e por isso a fita não foi lançada aqui nos cinemas mas ganhou uma edição em VHS pelo selo Hipervídeo anos depois quando ele já fazia sucesso na Cannon. Então se você estiver em busca de entender de onde veio tanta porrada no cinema dos anos 80 uma boa dica é ver esse filme que antecipava muito do que viria nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de março de 2025

48 Horas

Título no Brasil: 48 Horas
Título Original: 48 Hrs
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: Roger Spottiswoode, Walter Hill
Elenco: Nick Nolte, Eddie Murphy, Annette O'Toole

Sinopse: 
Jack Cates (Nick Nolte) é um tira durão que tem 48 horas para contar com a ajuda do criminoso Reggie Hammond (Eddie Murphy) com o objetivo de capturar um assassino perigoso. A convivência entre o policial branco austero e o marginal negro malandro, dará origem a inúmeras aventuras enquanto ambos tentam achar o paradeiro do bandido procurado.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da carreira de Eddie Murphy. Na época ele era apenas um promissor comediante do programa Saturday Night Live. O diretor Walter Hill resolveu apostar no ator após ver mais uma de suas engraçadas cenas no mais popular programa de humor dos Estados Unidos. Foi um acerto e tanto para Murphy pois o filme é realmente muito bom, um eficiente filme policial com muita ação e doses exatas de bom humor (afinal com Murphy em cena não poderia ser diferente). Essa fórmula inclusive seria lapidada e aprimorada depois no grande sucesso de Murphy nos cinemas, a franquia "Um Tira da Pesada". Afinal se formos comparar veremos bem que esse "48 Horas" é na verdade um ensaio do que viria depois na carreira do ator. Aqui ele já demonstra todo o seu talento, inclusive para improvisações, aliado a um roteiro esperto e cheio de cenas de ação bem feitas. O sucesso de bilheteria inclusive fez com que a Paramount entendesse que tinha um novo astro em suas mãos. Um contrato milionário foi fechado e Murphy deu adeus aos programas de humor da televisão. Nos anos que viriam ele cumpriria a promessa se tornando um dos grandes campeões de bilheteria do cinema americano. É curioso rever "48 Horas" hoje em dia pode você claramente vai notar que embora o humor esteja lá ele é bem mais amenizado do que nos filmes posteriores de Murphy. O diretor não soltou tanto o comediante como ele poderia ser. De qualquer maneira era o começo de uma carreira cinematográfica das mais bem sucedidas do ponto de vista comercial. E pensar que tudo começou aqui, em apenas 48 horas!

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de março de 2025

Rocky, Um Lutador

Sylvester Stallone era apenas um jovem aspirante a ator, desempregado e em sérias dificuldades financeiras quando criou seu mais célebre personagem, o boxeador Rocky Balboa. Na época Sly estava casado, com filho pequeno em casa, mas sem nenhuma perspectiva de crescer na carreira e na profissão. Muitos estúdios tinham simplesmente batido a porta em sua cara, afirmando que ele definitivamente não tinha boa aparência e nem vocação para ser um astro de primeira linha. Foi nessa fase difícil de sua vida que casualmente Stallone viu um fato que lhe trouxe inspiração imediata. Naquele mês Nova Iorque não comentava outra coisa: no fim de semana haveria uma luta entre o campeão mundial de pesos pesados e um boxeador de segunda linha, completamente desconhecido e sem expressão. 

Na vida real o campeão colocou o novato a nocaute logo nos primeiros minutos de luta, mas Stallone pensou diferente. Que tal escrever um roteiro onde o pequeno lutador saísse consagrado ao derrotar o arrogante e vaidoso campeão do mundo? Nasceu assim Rocky Balboa. Foi certamente uma idéia genial. Não é surpresa para ninguém que Stallone tenha levado ao seu texto vários aspectos de sua própria vida pessoal. As humilhações, as negativas, as piadinhas debochando de seu velho sonho de se tornar um ator de sucesso, tudo está lá na estória de seu personagem mais famoso. Misturando fatos reais com ficção Stallone realmente criou um personagem muito humano, cuja estória tocava fundo na vida de muitas pessoas. Era um grande script e certamente alguém se interessaria em produzi-lo.

De fato muitos mostraram interesse. Os estúdios viram ali uma excelente estória mas queriam realizar o filme com um astro famoso e não com Stallone no papel principal, afinal ele era naquele momento um perfeito Zé Ninguém. Passando necessidades financeiras o ator teve que ter muita personalidade para bater de frente com os estúdios. Ou ele faria Rocky Balboa ou ninguém mais teria os direitos de filmagem daquele roteiro. Após uma verdadeira queda de braço, Stallone conseguiu vencer e foi escalado para interpretar o próprio personagem que criara. Foi a virada definitiva de sua carreira artística. Assim que chegou aos cinemas o filme estourou nas bilheterias. 

A estória muito tocante da vida de um boxeador desconhecido que conseguia vencer o grande campeão mundial de pesos pesados caiu no gosto de público e crítica. A própria vida de Stallone, aquele ator que ninguém conhecia, também serviu para abrilhantar ainda mais a promoção do filme. Todos queriam saber a história de sua vida pessoal. De certa forma o filme era também a história de sua vida, adaptada para o mundo dos esportes com um personagem de ficção. “Rocky, Um Lutador” se tornou um campeão de bilheteria em seu ano de lançamento e aclamado pela crítica conseguiu abocanhar os principais Oscars da Academia. Venceu nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor (John G. Avidsen) e Melhor Edição. O próprio Sylvester Stallone foi indicado ao Oscar de Melhor Ator mas não venceu (foi sua única indicação na carreira). No saldo final “Rocky,  um Lutador” se tornou aquele tipo de filme onde fatos reais e ficção se misturam maravilhosamente bem, tudo resultando em um filme inesquecível na história do cinema.

Rocky, Um Lutador (Rocky, Estados Unidos, 1976) Direção: John G. Avildsen / Roteiro: Sylvester Stallone / Elenco: Sylvester Stallone, Talia Shire, Burt Young, Carl Weathers, Burgess Meredith, Thayer David, Joe Spinelli, Jimmy Gambina / Sinopse: Rocky Balboa (Sylvester Stallone) é um boxeador desconhecido que ganha a grande chance de sua vida ao enfrentar o campeão mundial de pesos pesados, Apollo Creed (Carl Weathers).

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de março de 2025

Splash - Uma Sereia em Minha Vida

Título no Brasil: Splash - Uma Sereia em Minha Vida
Título Original: Splash
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Brian Grazer, Bruce Jay Friedman
Elenco: Tom Hanks, Daryl Hannah, Eugene Levy, John Candy 

Sinopse:
Allen Bauer (Tom Hanks) é um cara comum que vai levando sua vida até o dia em que encontra uma garota muito especial, Madison (Daryl Hannah). Ela certamente não se parece com as outras mulheres e isso é fácil de entender, Madison na verdade não é uma humana mas sim uma sereia! Quando era criança Allen havia sido salvo no mar por uma sereia mas com o passar dos anos se convenceu que tudo aquilo não passava de um sonho - que agora está prestes a se tornar realidade novamente.

Comentários:
Bom, todo mundo precisa começar a carreira de algum jeito. Com Tom Hanks foi com essa comédia muito simples chamada "Splash - Uma Sereia em Minha Vida". Se fosse depender do mercado de cinema ele certamente estaria em apuros já que o filme não fez qualquer sucesso nas bilheterias mas... o mercado de vídeo estava nascendo nos Estados Unidos e assim a fita VHS de "Splash" logo se tornou um dos primeiros sucessos de vendas nesse novo nicho de consumo. É a tal coisa, nem sempre o que não funcionava no cinema poderia ser descartado nas locadoras pois era certamente o tipo de diversão descompromissada que agradaria toda a família em sua própria casa. A produção é da Touchstone Pictures, que pertence aos estúdios Disney. Assim nada acontece de muito sério em cena, ficando tudo ali na comédia inofensiva, ao estilo pueril. O roteiro é fraquinho mas o elenco, esse sim carismático, segura as pontas perfeitamente. Hanks, jovem e disposto a vencer no mundo dos filmes, se empenha ao máximo para agradar mas quem acaba roubando a cena mesmo é a sereia Madison (Daryl Hannah). Ela viraria símbolo sexual e estamparia as capas de revistas por causa de seu longo e conturbado namoro com o filho de JFK. Até o bom comediante John Candy faz uma pontinha. Então é isso, tem curiosidade para ver como as pessoas se divertiam em casa com seus video cassetes durante os anos 80? Eis aí "Splash" para você sanar suas dúvidas.

Pablo Aluísio.