sexta-feira, 13 de junho de 2025

Trocando as Bolas

Esse foi o segundo filme da carreira do comediante Eddie Murphy (ele havia estreado no cinema com o policial “48 Horas” ao lado do ator Nick Nolte). Na época Murphy era muito conhecido do público americano por causa de seu trabalho no programa de TV “Saturday Night Live”, um dos mais populares dos Estados Unidos. Já no Brasil quase ninguém o conhecia uma vez que o SNL não era exibido em nosso país. Assim Murphy pelo menos por aqui se tornou conhecido mesmo por causa de seus filmes. “Trocando as Bolas” é um dos mais curiosos filmes de toda a sua carreira. O roteiro é todo construído apenas em torno de uma pergunta: Seria o homem fruto apenas de seu meio social? Em outras palavras, seria o sucesso ou o fracasso pessoal apenas o resultado do lugar onde se teria nascido? Para testar a veracidade da tese dois milionários excêntricos (interpretados com muita elegância por Dom Ameche e Ralph Bellamy) resolvem fazer um teste com duas pessoas completamente diferentes. Um bem nascido, filho de família bem situada, formado em uma das melhores universidades do país, com bom emprego e freqüentador dos melhores círculos sociais. O outro um vagabundo de rua, criado na malandragem dos bairros da periferia, formado e educado na escola da vida.

O que aconteceria se o grã-fino perdesse absolutamente tudo e fosse jogado nas ruas e o malandro fosse agraciado com todas as oportunidades de sucesso, dinheiro e posição social? O personagem das ruas é Billy Ray Valentine (Eddie Murphy) e o esnobe da alta classe é Louis Winthorpe III (Dan Aykroyd). Da noite para o dia um perde tudo e o outro é alçado a executivo de Wall Street. Os papéis são literalmente trocados. Fazia muitos anos que tinha assistido essa comédia e nessa revisão pude perceber que embora não soe mais tão engraçado como antes ainda é um roteiro muito bem conectado, inteligente, bem escrito. De certa forma os dois milionários que trocam as bolas dos personagens principais estão na realidade testando, entre outras coisas, as bases do chamado Darwinismo social, teoria muito polêmica e controvertida que até hoje é motivo de debates no meio acadêmico. Claro que o filme não avança a fundo nesse ponto, preferindo apenas trazer diversão com uma pequena lição de moral em seu final. Mesmo assim ainda é uma diversão válida que a despeito de ter envelhecido um pouco ainda faz pensar – algo que definitivamente não se encontra mais em comédias como essa. Assim fica a dica de “Trocando as Bolas”, comédia dos anos 80 que diverte mas que consegue também intrigar ao mesmo tempo.

Trocando as Bolas (Trading Places, Estados Unidos, 1983) Direção: John Landis / Roteiro: Timothy Harris, Herschel Weingrod / Elenco: Eddie Murphy, Dan Aykroyd, Ralph Bellamy, Dom Ameche, Denholm Elliott / Sinopse: Dois milionários resolvem mudar as posições sociais de duas pessoas completamente diferentes. A um grã-fino esnobe resolvem lhe tirar o emprego, o trabalho e a posição social. A um malandro de rua resolvem lhe arranjar uma posição de executivo em Wall Street. No fundo tudo não passa de uma aposta para saber com certeza se o homem é realmente apenas fruto de seu meio social.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

A Última Festa de Solteiro

Título no Brasil: A Última Festa de Solteiro
Título Original: Bachelor Party
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Neal Israel
Roteiro: Bob Israel, Neal Israel
Elenco: Tom Hanks, Tawny Kitaen, Adrian Zmed

Sinopse:
Rick Gassko (Tom Hanks) está prestes a casar com Debbie Thompson (Tawny Kitaen). Seus pais odeiam a ideia. Os amigos de Rick porém estão pouco se importando com a opinião dos pais de Debbie. Eles querem dar uma despedida de solteiro para o amigo que entrará para a história de Los Angeles. Inicialmente resolvem fazer a festa no hotel mais caro da cidade com tudo do bom e do melhor, sem se importar com as despesas. Depois cada um dos amigos começa a ter novas ideias, algumas bem fora do normal, até que de repente aquilo que iria se transformar numa despedida de amigos acaba se transformando em um caos incontrolável!

Comentários:
Já que estamos falando do carismático Tom Hanks hoje, que tal recordar uma de suas comédias mais queridas pelo público? O filme foi rodado logo após a grande estréia de Tom Hanks no cinema, a comédia Disney "Splash, uma sereia em minha vida". Nos anos 80 estava muito em voga esse tipo de comédia mais picante, como por exemplo "Porky´s", "O Último Americano Virgem", "Negócio Arriscado" e coisas nesse estilo. "A Última Festa de Solteiro" foi o "Porky´s" da carreira de Tom Hanks, vamos colocar nesses termos. É importante entender que Hanks no comecinho de sua carreira não era esse ator oscarizado que a nova geração passou a conhecer. Pelo contrário, ele fazia mesmo a linha comediante gaiato, em fitas comerciais, muitas delas realizadas sem qualquer pretensão a não ser divertir o máximo possível o público jovem. E diversão certamente não faltará nesse "Bachelor Party". É o tipo de comédia maluca que fazia muito sucesso nas locadoras durante a era do VHS, afinal de contas reunir os amigos em casa para dar boas gargalhadas com esse tipo de roteiro era mais do que divertido. Há muitas cenas sem noção e momentos que fariam a geração atual do politicamente correto ficar de cabelos em pé - mas pensando bem, a graça vem justamente desse tipo de situação. Assista, relembre (se você for daquela época) e dê boas risadas pois a verve cômica da fita ainda continua de pé, mesmo após tantos anos. 

Pablo Aluísio.