domingo, 31 de agosto de 2025

Thor

Thor
Eu sempre torci o nariz para filmes de personagens em quadrinhos, todo mundo sabe disso, mas gostei desse Thor e sabem por quê? Porque Thor foi um dos poucos heróis de quadrinhos que não tiveram vergonha de aparecer no cinema como são na verdade - como um personagem de quadrinhos ora! Thor é despudorado, kitsch até o último fio de cabelos loiros e nada envergonhado de sua origem. O seu mundo é um desbunde! Poucas vezes vi uma direção de arte tão desavergonhada como essa! O mundo de Thor não é apenas over, mas totalmente over, pra falar a verdade tudo parece mais uma discoteca gay dos anos 70 do que qualquer outra coisa - a ponte que liga o nosso mundo a Asgard por exemplo mais parece uma pista de dança da época de Dancing Days! E falo isso não para criticar mas para dizer que adorei a exagerada direção artística do filme! É isso mesmo, se tem que ser kitsch, que seja até o fim. Sobrou até para Elvis Presley, sua música "I Can Help" de 1975 está na trilha, imagine você!

No elenco como sempre o grande Anthony Hopkins predomina. Ela não tem muitas cenas, é verdade, mas nas que aparece se impõe. É curioso encontrar esses grandes nomes em filmes como esse. Um personagem como esse nada vai acrescentar a uma carreira brilhante como a de Hopkins mas muitos intérpretes simplesmente não conseguem rejeitar aquela montanha de dinheiro que lhes é oferecido pelos grandes estúdios para encarnar tais tipos nas telas. Obviamente que se torna um tanto decepcionante ver um ícone como Anthony Hopkins em coisas como "Thor" mas enfim, o mundo não é apenas movido pela arte, mas pelo dinheiro também. É uma constatação da realidade. O mesmo acontece com Natalie Portman pois sua personagem é totalmente vazia de conteúdo. No fundo seu nome é apenas um luxo para abrilhantar os cartazes da produção. E o ator que interpreta "Thor"? Bom, o sujeito é dramaticamente nulo, tal como os anabolizados atores que faziam Maciste no passado. Ainda bem que não fala muito e por isso consegue surpreender não estragando o filme. Enfim, "Thor" é isso - é exagerado, é kitsch e é despudorado. Seu grande mérito é que se assume como tal e pela honestidade vale a pena ser assistido, mesmo sendo cinema chiclete que se mastiga e depois se joga fora sem culpa ou remorso.

Thor (Thor, Estados Unidos, 2011) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz / Elenco: Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Natalie Portman / Sinopse: Thor (Chris Hemsworth) cai em desgraça no Olimpo dos deuses e tem que ir para a Terra como punição por suas falhas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Homem de Ferro

Homem de Ferro
Primeira aventura do Homem de Ferro nos cinemas. Esse personagem da Marvel sempre foi muito querido pelos fãs dos quadrinhos mas nunca havia tido um tratamento tão vip como agora. Embora tenha seus fãs mais leais o fato é que o Homem de Ferro vinha em crise de popularidade, tendo inclusive seus títulos próprios cancelados no Brasil. O filme porém mudou tudo, agora ele é sempre um dos mais lembrados heróis do universo Marvel, virando inclusive uma força no mercado de licenciamentos com muitos brinquedos, jogos, camisas e demais bugigangas à venda. De fato o personagem é bem interessante, não apenas por ser uma nova versão dos antigos robôs dos filmes de ficção da década de 50 mas por ter também um alter ego muito singular, o bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.). Um fato curioso que poucos parecem se dar conta é que Stark é na realidade uma versão no mundo da ficção de Howard Hughes, um excêntrico magnata que viveu nos EUA (e que foi retratado pelo cinema no filme "O Aviador" com Leonardo Di Caprio fazendo o papel). Hughes assim como Stark era louco por tecnologia e aplicava muito tempo e dinheiro com invenções - algumas bem malucas - e aventuras. Morreu completamente louco e isolado em um quarto de hotel em Las Vegas, cercado de lixo e fezes por todos os lados. Apesar de seu final inglório Hughes está em Stark em praticamente todos os aspectos, seu visual (com o famoso bigodinho), seus maneirismos, seus projetos mirabolantes, etc. 

Esse Homem de Ferro, o filme, faz parte de um longo processo que vem há tempos se perpetuando no mundo do cinema americano. Descobriu-se, desde Batman de Tim Burton, que havia uma enorme legião de fãs de quadrinhos ávidos por consumir filmes de seus super-heróis preferidos. Vendo a mina de ouro os estúdios correram atrãs dos direitos autorais o que não foi fácil pois a Marvel sempre foi muito mal gerenciada, vendendo os seus direitos sem muito critério. A batalha pelos direitos do Homem Aranha, por exemplo, durou anos! Como o Homem de Ferro sempre foi considerado um personagem de segundo escalão a compra dos direitos de uso foi bem mais fácil. O filme é muito eficiente, bem realizado e competente. Nada de muito brilhante surge em cena mas em nenhum momento a produção decepciona. Robert Downey Jr, depois de anos de abuso de drogas e vexames públicos conseguiu finalmente que um grande estúdio apostasse as fichas nele, o escalando para o personagem principal. Direção de arte, efeitos digitais, tudo parece se enquadrar muito bem no final das contas. O velho Hughes certamente ficaria orgulhoso. 

Homem de Ferro (Iron Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Jon Favreau / Roteiro:: Arthur Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus, Hawk Ostby baseados no famoso personagem da Marvel criado por Stan Lee  / Elenci: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson, Leslie Bibb, Stan Lee, Shaun Toub, Bill Smitrovich, Faran Tahir. / Sinopse: Tony Stark (Robert Downey Jr) é  um excêntrico bilionário e industrial que resolve criar uma inédita arma de guerra, uma armadura letal que também lhe serve como salva vidas uma vez que ele depende do equipamento para sobreviver.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de agosto de 2025

Homem-Aranha

Homem-Aranha
Foram muitos anos de disputas judiciais em torno dos direitos autorais do personagem Homem-Aranha. Como essa guerra aconteceu nos bastidores, bem longe do público, muitos que ignoravam esses fatos não conseguiam entender porque um dos personagens mais populares das histórias em quadrinhos não chegava nunca às telas de cinemas mesmo após os grandes sucessos de bilheteria de Batman e Superman. Pois bem, um dia tudo isso teria que ser resolvido e foi. Os direitos autorais do aracnídeo finalmente foram adquiridos pelo poderoso grupo Sony – dono dos estúdios Columbia. E assim, finalmente em 2002 (lá se vão onze anos!) o Homem-Aranha finalmente chegou aos cinemas do mundo todo. Essa foi uma produção digna da enorme popularidade do herói, pois o estúdio não economizou em recursos, nem de produção e nem muito menos de marketing. Os produtos licenciados chegaram em todas as lojas e de repente o Homem-Aranha podia ser visto em tudo que era lugar, desde lancheiras, cadernos até roupas e sapatos.

Mas a questão principal permanecia: Será que o filme realmente era bom? A resposta, ainda bem, era positiva! Sim, o filme estava à altura do personagem e conseguia mesclar um roteiro bem escrito contando a origem do super-herói com doses caprichadas de drama, humor e romance. Tobey Maguire surgia pela primeira vez como o ícone dos gibis e a direção de Sam Raimi provava que era possível transpor o universo dos quadrinhos com eficiência e bom gosto para o cinema. Os efeitos especiais deixavam um pouco a desejar, é verdade, principalmente nas cenas em que o Homem-Aranha saía pela cidade pendurado em suas teias, mas eram cenas esporádicas e ocasionais, sendo que na maioria do filme tudo soava a contento. Como era de se esperar o filme se tornou um enorme sucesso de bilheteria ao redor do globo e o personagem criado por Stan Lee como uma forma de identificação com seus leitores caiu em cheio no gosto do público cinéfilo. A fita deu origem a mais duas continuações e mostrou que havia certamente um espaço reservado para o Spider-Man nas telas de cinema. Demorou mas chegou o dia. Antes tarde do que nunca!

Homem-Aranha (Spider-Man, Estados Unidos, 2002) Direção: Sam Raimi / Roteiro: David Koepp baseado nos personagens criados por Stan Lee e Steve Ditko / Elenco: Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Willem Dafoe, James Franco, Cliff Robertson / Sinopse: Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem estudante como qualquer outro que é picado por uma aranha de laboratório. Depois do incidente ele descobre ter poderes especiais como subir em paredes e usar teias para se locomover entre os arranha-céus da cidade. Agora terá que entender que “grandes poderes trazem também grandes responsabilidades”

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Velocidade Máxima 2

Título no Brasil: Velocidade Máxima 2
Título Original: Speed 2 - Cruise Control
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Studios
Direção: Jan de Bont
Roteiro: Graham Yost, Jan de Bont
Elenco: Sandra Bullock, Jason Patric, Willem Dafoe, Brian McCardie, Temuera Morrison, Christine Firkins, Colleen Camp
  
Sinopse:
Annie (Sandra Bullock) e Alex Shaw (Jason Patric) resolvem fazer um cruzeiro no Caribe. Ela ainda está se recuperando pelo que passou recentemente em Los Angeles, quando quase morreu em um ônibus desenfreado (no primeiro filme). Ele é um agente da SWAT que apenas quer curtir suas férias ao lado de sua namorada Annie. O que eles não poderiam imaginar é que o transatlântico em que estão viajando iria virar alvo do terrorista cibernético John Geiger (Willem Dafoe). Agora todos vão lutar para sobreviver a um desastre iminente!

Comentários:
O primeiro filme "Velocidade Máxima" foi certamente um dos melhores filmes de ação dos anos 90. Com roteiro bem escrito, se apoiando única e exclusivamente em apenas uma situação (a do ônibus sem freios), o filme foi um sucesso de público e crítica. Claro que uma sequência não tardaria. Infelizmente o que era original e bem bolado no filme original não voltou a se repetir. Esse "Speed 2: Cruise Control" é uma das piores continuações da história do cinema americano - sem exagero algum! Talvez prevendo o fiasco o ator Keanu Reeves resolveu cair fora da sequência. Anos depois ele mesmo explicaria em uma entrevista que ao ler o roteiro desse segundo filme viu claramente que não daria certo. O enredo se passava todo em um grande navio de cruzeiro e a pergunta que ele mesmo se fez foi básica: onde estaria a tal velocidade nesse tipo de situação? Acertou em cheio. Esse péssimo ponto de partida seria a principal causa do desastre dessa produção. Com roteiro ruim, mas boa produção (cheia de efeitos digitais inovadores), o filme afundou nas bilheterias (com total merecimento é bom frisar). Sandra Bullock nunca esteve tão ruim (e olha que pelas bombas que fez na carreira isso não era algo fácil de atingir). Jason Patric tentou compensar a ausência de Reeves, mas foi em vão. Até mesmo o ótimo ator Willem Dafoe saiu chamuscado de ter participado de um abacaxi desses! Enfim, fracasso completo de crítica e público, o filme hoje só serve para nos lembrar que muitas vezes a ganância dos estúdios vai um pouco longe demais.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de agosto de 2025

Velocidade Máxima

Velocidade Máxima
Certamente um dos mais populares e bem sucedidos filmes de ação da década de 90. "Velocidade Máxima" (ou simplesmente "Speed", seu título original) mostrava que para se realizar um belo filme de adrenalina não se precisava de efeitos especiais de última geração ou produção milionária, bastando apenas ter uma boa ideia por trás. E é justamente isso que o roteiro explora. Na trama um sociopata decide promover um ato de terrorismo diferente. Ao invés de simplesmente detonar alguma bomba em um lugar a esmo como um terrorista qualquer ele decide colocar um artefato explosivo que ligado a um ônibus se torna acionado se o veículo diminuir sua velocidade abaixo dos 80 km/h. Isso seria complicado em qualquer lugar do mundo mas em Los Angeles a situação se torna ainda mais extrema e caótica. Com avenidas e ruas com tráfego intenso se torna quase impossível manter essa velocidade constante, o que torna tudo ainda mais desesperador.

Após a morte do motorista o volante é colocado nas mãos de uma passageira comum, Annie Porter (Sandra Bullock), que ao lado do oficial de polícia Jack Traven (Keanu Reeves) tentará manter todos a salvo. Sandra Bullock e Keanu Reeves contracenam praticamente sozinhos o tempo inteiro, dentro do ônibus, passando por diversas situações estressantes, no limite. O veterano Dennis Hopper também acrescenta bastante com sua presença, ora histérica, ora irascível mas que no final se revela bem divertida. "Speed" logo caiu nas graças do público e assim que estreou nos Estados Unidos se tornou imediatamente um campeão de bilheteria. O diretor holandês Jan de Bont foi aclamado como um gênio dos filmes de ação! Tudo de fato corria muito bem para ele, a ponto de dirigir outra fita bem interessante logo após o sucesso desse filme chamado "Twister" sobre um grupo de caçadores de furacões. Infelizmente o cineasta cometeu um grave erro pois aceitou rodar a continuação de "Velocidade Máxima" que se tornaria um dos maiores fracassos comerciais da década! Mas isso falaremos em um outra oportunidade em breve, até lá!

Velocidade Máxima (Speed, Estados Unidos, 1994) Direção: Jan de Bont / Roteiro: Graham Yost / Elenco: Keanu Reeves, Dennis Hopper, Sandra Bullock, Jeff Daniels / Sinopse: Um terrorista resolve instalar uma bomba em um ônibus na cidade de Los Angeles que explodirá assim que o veículo diminuir sua velocidade. Agora, um policial e uma simples passageira farão de tudo para evitar que a situação se transforme em uma grande tragédia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Duro de Matar 2

Título no Brasil: Duro de Matar 2
Título Original: Die Hard 2
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Renny Harlin 
Roteiro: Walter Wager, Steven E. de Souza
Elenco: Bruce Willis, William Atherton, Bonnie Bedelia  

Sinopse:
Véspera de Natal. Aeroporto internacional de Washington, D.C. O policial John McClane (Bruce Willis) espera pela chegada do avião de sua esposa quando é surpreendido por um grupo criminoso altamente armado de traficantes internacionais de drogas que exigem a libertação de um importante membro de sua organização criminosa. Caberá a McClane agora assumir o controle da situação.

Comentários:
Era de se esperar que, com o tremendo sucesso de bilheteria do primeiro filme, houvesse continuações (e como todos sabemos ainda nos dias atuais são lançados sequências dessa interminável franquia "Die Hard"!). Pois bem, esse aqui não consegue ser tão bom quanto o primeiro (que considero uma pequena obra prima do gênero ação) mas mesmo assim se torna bem sucedido em manter o interesse do espectador do começo ao fim. Particularmente gosto bastante da trama, que joga com o terror que as pessoas cultivam de viagens de avião e de sequestros dos mesmos por terroristas. Por falar nisso, se formos pensar bem, esse roteiro escrito em 1990 já antecipava coisas que iriam acontecer muitos anos depois, principalmente em 11 de setembro. No caso aviões comerciais usados como armas de terroristas e criminosos internacionais. Bruce Willis ainda está muito jovem e o fã certamente sofrerá um certo impacto ao rever o ator em cena - calvo, mas ainda com muito cabelo! Em termos de ação não há o que reclamar. Muitas cenas bacanas e bem boladas, inclusive uma ótima briga em cima da asa de um Boeing gigantesco. O filme andava sumido da programação da tv a cabo mas ressurge hoje na telinha. Uma ótima oportunidade para rever essa produção que é acima de tudo um excelente entretenimento pipoca.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

U.S. Marshals - Os Federais

Título no Brasil: U.S. Marshals - Os Federais
Título Original: U.S. Marshals
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stuart Baird
Roteiro: Roy Huggins, John Pogue
Elenco: Tommy Lee Jones, Wesley Snipes, Robert Downey Jr., Joe Pantoliano

Sinopse: 
Samuel Gerard (Tommy Lee Jones) é um agente federal que tem a missão de recapturar o assassino fugitivo Mark Roberts (Wesley Snipes) que conseguiu escapar das garras da lei após se libertar quando o avião que o transportava em direção à prisão sofreu um acidente. Ao lado do experiente Gerard surge um agente bem mais jovem e novato, John Royce (Robert Downey Jr.) que o ajudará a pegar Roberts. O que poucos sabem porém é que o procurado não é um fugitivo comum, mas sim um criminoso envolvido numa complexa rede de interesses envolvendo políticos poderosos.

Comentários:
"U.S. Marshals - Os Federais" foi vendido na época de seu lançamento como uma espécie de continuação do sucesso "O Fugitivo". Na realidade não é bem disso que se trata. O único elo de ligação vem mesmo do personagem do agente Samuel Gerard, novamente interpretado pelo ator Tommy Lee Jones. É verdade que a estrutura do roteiro de uma forma em geral procura se assemelhar bastante ao filme anterior, mas isso não coloca a fita necessariamente como uma sequência direta daquela produção com Harrison Ford. São fitas de certa forma bem independentes, que podem ser assistidas isoladamente, sem perda nenhuma da compreensão de suas tramas. O diretor Stuart Baird é um caso curioso. Uma rara transição da mesa de edição para a direção. Ele ficou conhecido por ter realizado a edição de vários filmes de ação famosos, especialmente com Bruce Willis e seu talento em dar agilidade nas cenas levou a Warner a apostar nele como diretor de fitas de ação. Depois de dirigir o bom e competente "Momento Crítico" ele foi designado para esse "U.S. Marshals" e não decepcionou. Os fãs de "Star Trek" também o conhecem bem pois ele dirigiu uma boa aventura da franquia em 2002, "Nêmesis". Assim temos aqui um policial ágil, com muita adrenalina e como não poderia deixar de ser, ótimas cenas de perseguição. Tudo mostrado em um bom ritmo, feito especialmente para o espectador não desgrudar os olhos da tela. Se você gosta desse estilo de filme certamente não pode deixar de conferir.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de agosto de 2025

A Lenda de Tarzan

Alguns personagens jamais devem ficar fora do cinema. Principalmente quando se trata de criações literárias que fazem parte também da história da sétima arte. Tarzan é um deles. O Rei das Selvas foi criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs em 1912. Mal chegou nas páginas na literatura ganhou seu primeiro filme, ainda nos tempos do cinema mudo. Depois disso criou-se uma verdadeira mitologia em torno de suas aventuras nas telas de cinema. No total são mais de cem filmes - um número de respeito, sob qualquer ponto de vista! Apesar disso o herói andava longe das telas nos últimos tempos, uma lacuna que finalmente foi coberta com o lançamento desse "A Lenda de Tarzan". Particularmente gostei muito da decisão dos roteiristas em seguir em frente com as aventuras de Tarzan sem aquela coisa cansativa de contar suas origens pela milésima vez. Não que o filme não conte os primórdios de sua trajetória, mas sim que o realiza de forma eficiente e rápida, em flashbacks pontuais.

Assim o Lord Greystoke (Alexander Skarsgård) já está de volta ao mundo civilizado, morando numa Inglaterra vitoriana de fins do século XIX. O passado de garoto e jovem criado nas selvas ficou para trás. Ele agora já parece completamente adaptado ao mundo europeu, seguindo os conselhos que seu pai havia deixado em um velho diário que sobreviveu aos anos na floresta. Ao seu lado está a bela Jane (Margot Robbie), uma jovem que conheceu na África e que ficou ao seu lado desde então. Tudo começa a mudar novamente em sua vida quando recebe um convite do Rei Belga para que retorne ao continente africano para dar seu aval ao trabalho que os colonizadores europeus estão promovendo por lá. Escolas, estradas e igrejas estão sendo construídas para a melhoria da vida das populações locais. Parece ser algo positivo, que merece seu apoio. O que ele nem desconfia é que tudo não passa de uma armadilha de Leon Rom (Christoph Waltz), um agente colonial que pretende trocar o lendário Tarzan por um manancial de diamantes localizado nas terras de um tribo cujo líder jurou destruir o Rei das Selvas por ele ter supostamente matado seu único filho no passado.

O diretor David Yates (de vários filmes da série "Harry Potter") optou por seguir uma linha bem tradicional nessa nova versão, procurando respeitar a longa e histórica linhagem de filmes sobre Tarzan. Assim embora o roteiro cumpra a função de apresentar um bom background histórico sobre o protagonista, a opção é realmente valorizar a aventura e a ação. Os animais que vão surgindo na tela são todos digitais, assim como os momentos em que Tarzan sai voando nos cipós das grandes árvores da floresta. Em tempos atuais não poderia ser diferente. A sorte é que o filme apresenta um bom elenco, plenamente adaptado aos personagens. Alexander Skarsgård é um bom ator (quem acompanhou seu trabalho na série "True Blood" sabe bem disso) e escolheu o caminho de dar um semblante introspectivo ao seu Tarzan. Uma decisão acertada. Christoph Waltz interpreta o vilão. Ele aliás tem cada vez mais desempenhado esse tipo de papel, com ótimos resultados. Agora está mais contido, mas tem pelo menos duas boas cenas para atuar (numa delas usa um terço católico como arma mortal). Numa estória com tantos europeus e africanos o roteiro achou também um jeito de encaixar Samuel L. Jackson como um agente americano. Ele funciona praticamente como um alívio cômico (mas claro, sem muitos exageros nesse sentido).

O resultado é dos melhores. Claro que não pode ser considerado o melhor filme de Tarzan já feito, uma vez que esse posto ainda pertence ao grandioso "Greystoke - A Lenda de Tarzan" de Hugh Hudson. Há alguns probleminhas no roteiro aqui e acolá, mas sem nunca estragar o filme como um todo. Aqui o que temos é mesmo uma aventura honesta, bem realizada, cujo maior mérito é manter a chama acessa dessa mitologia. Afinal, como eu escrevi, o bom e velho Tarzan não pode mesmo ficar longe das telas de cinema. Um personagem tão icônico como esse deve sempre ser revisado, com lançamentos nos cinemas de tempos em tempos. A chama do Rei da Selva na sétima arte jamais deve ser apagada. Que venham novos filmes... sempre!

A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, Estados Unidos, 2016) Direção: David Yates / Roteiro: Adam Cozad, Craig Brewer, baseados na obra de Edgar Rice Burroughs / Elenco: Alexander Skarsgård, Christoph Waltz, Samuel L. Jackson, Margot Robbie / Sinopse: Anos após sobreviver nas selvas da África, Lord Greystoke, mais conhecido como Tarzan, decide aceitar o convite do governo belga para retornar ao continente. O que ele não desconfia é que na verdade está sendo manipulado em um mortal jogo envolvendo diamantes, escravidão e exploração dos nativos da região.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de agosto de 2025

O Exterminador do Futuro

Os mais jovens certamente não sabem o impacto que "O Exterminador do Futuro" causou em seu lançamento na década de 80. Os filmes de pura ação começavam a dominar as bilheterias e uma nova geração de atores surgia. Entre eles despontava um ex-mister universo de nome impronunciável: Arnold Schwarzenegger! Na época o ator austríaco só havia se destacado mesmo nos dois filmes da série Conan. Seu tipo físico parecia relegá-lo àquele tipo de produção. Com os bons resultados de bilheteria o estúdio resolveu apostar em seu nome. Para isso resolveram dar uma chance a um diretor praticamente novato chamado James Cameron que tinha escrito um roteiro no mínimo intrigante: Um Cyborg assassino (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para localizar e exterminar Sarah Connor (Linda Hamilton) evitando assim que seu filho nasça e lidere a resistência humana contra a dominação das máquinas em um futuro próximo. Era uma ficção com premissa bem bolada mas voltada exclusivamente para um roteiro de ação incessante. 

Como foi dito na época o papel de robô assassino caia como uma luva para o musculoso Schwarzenegger. Seu script tinha poucas linhas e muitas cenas de pancadaria, o que viria bem a calhar para ele que não era bom ator e tinha um sotaque meio esquisito aos ouvidos americanos. Embora promissora a nova aventura sci-fi contou com um orçamento modesto o que fez Cameron e equipe a encontrar saídas criativas para o pouco dinheiro que dispunham. O diretor James Cameron conseguiu driblar a falta de verba para os efeitos especiais usando de muita ação e pirotecnia barata durante todo o filme. Apenas na cena final se nota finalmente o uso dos efeitos que o estúdio lhe disponibilizou. De certa forma o filme ideal que Cameron desejava realizar só foi feito depois com "O Exterminador do Futuro 2" quando em mãos de um orçamento generoso conseguiu criar o universo futurista que desejava. Quando "Terminator" chegou nas telas de cinema o filme que havia custado meros seis milhões de dólares explodiu nas bilheterias rendendo mais de dez vezes seu custo inicial. Além disso a receita aumentou ainda mais quando lançado em vídeo logo depois. O mundo vivia a onda de popularização de um novo aparelho chamado videocassete e filmes como esse não paravam nas locadoras de tanto que eram alugados. Logo Schwarzenegger se tornaria um nome quente dentro da indústria. Sua fase de maior sucesso viria logo após e Cameron ao longo dos anos se tornaria diretor do filme de maior bilheteria da história do cinema. Mas essa é uma outra história...  

O Exterminador do Futuro (Terminator, Estados Unidos, 1984) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, Gale Anne Hurd / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton, Michael Biehn / Sinopse: Um Cyborg assassino (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para localizar e exterminar Sarah Connor (Linda Hamilton) evitando assim que seu filho nasça e lidere a resistência humana contra a dominação das máquinas em um futuro próximo.  

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Falcões da Noite

Deke DaSilva (Sylvester Stallone) é um policial que tem que lidar com um perigoso terrorista internacional conhecido como Wulfgar (Rutger Hauer). Essa é uma antiga produção policial estrelado por Stallone. Ele já era um ator bem conhecido na época mas ainda não era o mega astro de sucessos de bilheteria que viria a ser na década que nascia, os anos 80, onde iria estrelar um sucesso atrás do outro, colecionando fartas bilheterias e polpudos cachês. Quando "Falcões da Noite" estreou Stallone era basicamente aquele ator que havia estrelado o primeiro filme da série Rocky. Esse policial então veio bem a calhar para a carreira do ator, não há como negar. 

Revendo ele hoje se percebe que ainda é um eficiente thriller policial. Stallone usa uma caracterização que bebe diretamente da fonte de Serpico, com Al Pacino. Apesar disso ambos os filmes são bem diferentes. Serpico era baseado numa história real e mostrava os dramas do cotidiano de um policial de Nova Iorque lutando contra a corrupção na corporação. Era basicamente um drama policial. Já em Falcões da Noite Stallone também incorpora um tira, mas sem qualquer aprofundamento do personagem. Aqui temos um filme policial de ação. Na essência ele é um caçador, que sai ao encalço de um terrorista vivido por Rutger Hauer (também prestes a estourar com Blade Runner e Feitiço de Áquila). Para quem gosta de boas cenas de ação e pirotecnia, é um prato cheio. De quebra ainda tem uma cena final surpreendente que acabou se tornando uma das mais lembradas da carreira de Sly.  

Falcões da Noite (Nighthawks, Estados Unidos, 1981) Direção: Bruce Malmuth / Roteiro: David Shalber / Elenco: Sylvester Stallone, Rutger Hauer, Billy Dee Williams, Lindsay Wagner / Sinopse: Deke DaSilva (Sylvester Stallone) é um policial que tem que lidar com um perigoso terrorista internacional conhecido como Wulfgar (Rutger Hauer)

Pablo Aluísio.