sexta-feira, 30 de maio de 2025

Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes

Bom, se você gosta dos filmes estrelados por Jason Statham então não pode deixar de assistir a essa fita de ação. Não, o Jason ainda não era o principal nome do elenco, mas já tinha destaque entre os colegas de profissão. Antes desse filme o Jason só havia atuado em dois outros filmes, nenhum deles chegou a ter algum destaque no Brasil. "The Shamen: Comin' On" e "Erasure: Run to the Sun" só foram lançados no mercado inglês e eram curtas, por isso podemos dizer que "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" é de fato o primeiro filme da carreira de Jason Statham. E foi um ótimo começo, uma vez que a fita foi dirigida por ninguém menos do que Guy Ritchie, cineasta sempre queridinho da crítica. Ao longo dos anos seus exageros foram estragando algumas produções, principalmente aquelas que contavam com orçamentos milionários. Isso porém não acontece aqui pois o filme tem a medida certa de ação e esquisitice.

A história se passa numa Londres feia e cinzenta. Tudo se desenvolve no submundo do crime londrino, onde um sujeito decide dar um golpe em uma chefe de quadrilha da região onde mora. O palco seria um jogo de pôquer, mas como sempre acontece nesse tipo de situação as coisas não dão muito certo e ele fica com uma dívida de 500 mil libras! Dever para um criminoso acostumado a quebrar as pernas de quem não gosta não parece ser uma boa ideia. Assim o grupo decide que é hora de levantar dinheiro o mais rapidamente possível. Como? Ora fazendo assaltos e crimes por toda a cidade. O filme tem uma estrutura narrativa insana, como é bem característico do cinema de Guy Ritchie e talvez por isso tenha sido indicado ao BAFTA Awards, premiação bem prestigiada que não costuma indicar filmes de ação.

Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, Inglaterra, 1998) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie / Elenco: Jason Flemyng, Dexter Fletcher, Nick Moran, Jason Statham / Sinopse: Ao dever para um chefão da máfia local, um grupo de criminosos pé de chinelo não vê outra alternativa do que promover uma série de crimes para levantar o dinheiro o mais rapidamente possível. Uma péssima ideia...

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Mad Max

Hoje em dia o cinema australiano passa por uma crise criativa mas na década de 70 ele passou por uma fase extremamente interessante do ponto de vista artístico. Atualmente os filmes australianos praticamente apenas imitam os clichês do cinema americano (com pontuais exceções) mas o quadro já foi o inverso. O maior exemplo foi esse “Mad Max”, filme de baixo orçamento rodado nos desertos australianos que acabou criando um subgênero próprio, o dos filmes de ação pós apocalíptico. George Miller, o diretor, teve uma ideia genial nesse aspecto. Ele resolveu levar toda uma equipe de cinema para as regiões mais distantes e secas do deserto australiano (um lugar que faz o sertão nordestino parecer um oásis) para rodar uma aventura on the road completamente futurista. 

O enredo não perderia muito tempo com firulas, partindo logo para a ação desenfreada! Liderando o elenco ele trouxe um desconhecido, um jovem boa pinta, sem qualquer experiência em filmes de ação que só possuía no currículo uma pequenina produção da Austrália sobre Surf chamado “Summer City” (que chegou a ser lançado em vídeo no Brasil). Ele não era australiano mas americano, criado naquele país desde muito jovem. Seu nome? Mel Gibson! O sucesso estrondoso de Mad Max acabou abrindo as portas de Hollywood para Gibson e o resto é história pois ele acabou se tornando um dos mais bem sucedidos astros da indústria americana. Hoje em inferno astral, Gibson naquela época era apenas um garoto promissor que daria muito, muito certo na carreira.

Por falar em sucesso, “Mad Max” é até hoje um dos filmes mais lucrativos da história do cinema. Ele custou apenas 800 mil dólares – uma mixaria em se tratando de filmes – e rendeu mais de 100 milhões de dólares quando ganhou o mercado americano e europeu. Os críticos ianques aliás adoraram todo o conceito por trás do filme. Era algo inovador, genial, que chegava até mesmo a lembrar o clima árido e selvagem dos grandes clássicos do western americano. A identificação foi imediata. Anos depois George Miller explicaria que a idéia de filmar em um mundo pós-apocalipse nasceu mesmo por necessidade e conveniência. Ele só conseguiria rodar um filme com orçamento tão barato se não tivesse que pagar pelas locações. Os custos deveriam ser os menores possíveis. Assim a ideia de filmar no deserto australiano veio bem a calhar. Como não havia nada naquela região esquecida por Deus ele teve a genial ideia de inserir no argumento do filme que aquilo seria justamente o mundo após o fim da civilização. Tudo seria subentendido e o roteiro não deveria perder tempo explicando muito o que tinha acontecido. Junte a isso alguns carrões envenenados, perseguições, tiros e pronto! Estava criado um conceito inovador que seria imitado até a exaustão nos anos seguintes (continua sendo imitado até hoje é bom frisar). É certo que existiram vários filmes sobre o mundo após o Apocalipse mas nenhum tinha sido tão original e inovador como “Mad Max” que praticamente criou sozinho o estilo que seria seguido por décadas! O mais importante aqui porém é o fato de termos um filme australiano sendo copiado pela cinema americano, justamente o que o diferencia dos dias atuais onde encontramos o extremo oposto disso. Bons tempos aqueles.

Mad Max (Mad Max, Austrália, 1979) Direção: George Miller / Roteiro: James McCausland, George Miller / Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne / Sinopse: Policial conhecido como Mad Max vai a desforra contra uma gangue de bandidos no deserto australiano. Armado e furioso ele pretende impor seu conceito de justiça contra os criminosos que caça pelas estradas inóspitas. Espetacular sucesso comercial do cinema Australiano. Deu origem a duas continuações e centenas de filmes que seguiam a mesma linha de mundo pós-apocalíptico.
   
Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Encontro às Escuras

Bruce Willis já foi um ator bacana. Muita gente não consegue mais dissociar sua imagem dos filmes de ação mas lá no comecinho de sua carreira Willis era basicamente um ator especializado em personagens de humor, geralmente usando seus maneirismos de sujeito cínico e bonachão. O maior exemplo disso vem do grande papel de sua vida, aquele que efetivamente o tornou conhecido. Foi na série “A Gata e o Rato” que Bruce Willis virou um astro da TV. Na época ele era apenas um ator desconhecido que conseguia participações sem muita importância nas séries de sucesso “Miami Vice” e “Além da Imaginação”, nada de muita relevância ou digno de nota. Para se ter uma idéia Willis teve que vencer centenas de candidatos pelo papel de David Addison em “A Gata e o Rato”. Como na época ele era um desconhecido foi para a fila de testes, debaixo do sol, enfrentando a concorrência de uma multidão, como todo ator desempregado em busca de trabalho em Hollywood. A sorte porém lhe sorriu e após 66 episódios ele estava conhecido do grande público pois o seriado se tornou um grande sucesso de audiência (chegou inclusive a ser exibido por vários anos pela Rede Globo em horário nobre).

Pois bem, depois de todo esse sucesso o caminho natural era realmente tentar fazer a complicada transição para o cinema. E foi justamente esse “Encontro às Escuras” o primeiro passo de Bruce Willis na sétima arte. Eu já era fã dele naquela época por causa de “A Gata e o Rato” e obviamente fui ao cinema para conferir como o ator estava se saindo agora na telona. Tive que reconhecer que o filme em si não teve muita repercussão. Aqui no Brasil foi lançado de forma até muito modesta em poucas salas. Também não era um blockbuster ou um filme de enorme potencial de bilheteria, era em essência apenas uma comédia romântica bem leve estrelado por um ator de TV e pela atriz Kim Basinger, como sempre tentando se livrar de seu marcante papel de “Nove Semanas e Meia de Amor”.  O resultado do que se vê na tela é apenas razoável. Bruce Willis só encontraria o caminho definitivo em sua carreira ao ir para o nicho dos filmes de ação no ano seguinte. Depois de “Duro de Matar” sua vida não seria definitivamente mais a mesma. Mas isso é uma outra história...

Encontro às Escuras (Blind Date, Estados Unidos, 1987) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Dale Launer / Elenco: Kim Basinger, Bruce Willis, John Larroquette / Sinopse: Walter Davis (Bruce Willis) é um sujeito viciado em trabalho. Essa obsessão em ser o melhor no mundo dos negócios literalmente destruiu sua vida pessoal e sentimental. Agora ele necessitará urgentemente de uma companhia para um importante jantar de negócios. A escolhida acaba sendo Nadia Gates (Kim Basinger). Mal sabe Walter na enrascada em que está se metendo.

Pablo Aluisio.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

O Homem dos Músculos de Aço

Título no Brasil: O Homem dos Músculos de Aço
Título Original: Pumping Iron
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Rollie Robinson, White Mountain Films
Direção: George Butler, Robert Fiore
Roteiro: Charles Gaines, George Butler
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Lou Ferrigno, Matty Ferrigno, Victoria Ferrigno, Franco Columbu, Ed Corney

Sinopse:
Documentário que mostra os bastidores da competição de fisiculturismo Mr. Olympia. Disputando o primeiro lugar surgem o campeão Arnold Schwarzenegger, que agora precisa enfrentar a nova sensação da musculação, o jovem Lou Ferrigno. Quem se tornará o grande campeão?

Comentários:
Em sua autobiografia Arnold Schwarzenegger escreveu que considerava esse o seu verdadeiro primeiro filme. Ele havia aparecido nas telas pela primeira vez em uma produção B, quase amadora, chamada "Hercules in New York". Só que era uma bobagem tremenda. Esse aqui era um documentário de verdade, feito por profissionais do cinema. A intenção era promover o fisiculturismo nos Estados Unidos. Embora fosse um esporte popular na Europa, na América ainda não tinha se tornado muito conhecido. O Mr. Olympia era uma das competições mais cobiçadas pelos atletas e o documentário captou bem os bastidores desse evento. Curiosamente o grande rival de Schwarzenegger aqui era um jovem talento, um ainda bem pouco conhecido Lou Ferrigno. Filho de um policial de New Jersey ele tentava tirar o campeão do pódio. Um aspecto curioso é que esse fisiculturista iria se tornar bem popular nos anos 70 quando conseguiu o papel do Hulk na famosa série de TV, que se tornou um sucesso inclusive no Brasil, sendo exibido pela Rede Globo por anos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

A Taberna do Inferno

Título no Brasil: A Taberna do Inferno
Título Original: Paradise Alley
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures 
Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Lee Canalito, Armand Assante, Frank McRae, Anne Archer, Kevin Conway

Sinopse:
Três irmãos ítalo-americanos, vivendo nas periferias da cidade de Nova York nos anos 1940, tentam se ajudar na carreira de lutador de um deles, usando para isso as habilidades promocionais de um dos irmãos e das táticas de vigarista de outro para frustrar um gerente desprezível de um clube de lutas.

Comentários:
Stallone ainda estava desfrutando do sucesso do primeiro filme da série Rocky quando estrelou e dirigiu esse filme que eu sempre considerei muito bom. Aliás, é um dos melhores filmes do ator, que ainda hoje, segue pouco conhecido. Assisti pela primeira vez nos anos 80, numa exibição no Supercine, da Rede Globo. Depois disso o filme só melhorou em diversas revisões que fiz. Realmente é muito bom, acima da média. Um fato interessante é perceber como Stallone era ousado e petulante nessa fase de sua carreira. Mesmo ainda não sendo um astro do primeiro time em Hollywood, ele assumia o controle de seus filmes, escrevendo o roteiro e atuando como ator principal. Não era pouca coisa para aqueles tempos. Tinha mesmo que ter coragem. Ainda mais um filme de época como esse, que tinha uma produção muito mais cara do que o convencional. Carros e figurinos dos anos 1940 tinham que ser utilizados. E tudo isso custava e tornava o filme muito mais caro. Penso que aqui Sylvester Stallone demonstrou que realmente tinha muito potencial. Na década que viria, os anos 80, ele iria se tornar o ator mais bem pago de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Novos Livros de Cinema: Brad Pitt e Leonardo DiCaprio

Novos Livros de Cinema: Brad Pitt e Leonardo DiCaprio
Dando prosseguimento em nossas publicações, colocamos à venda nesse mês de março mais dois títulos para nossa coleção de cinema. Os livros dessa vez detalham as carreiras e os filmes de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio. Edições caprichadas, com muitas informações. Segue abaixo os detalhes e os links para adquirir esses novos livros sobre cinema. 

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Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Duro de Matar

Na década de 80 o cinema americano era povoado por uma série de heróis de ação – homens de um exército só, que enfrentavam batalhões praticamente sozinhos e conseguiam sair completamente ilesos desses conflitos. Stallone, Schwarzenegger e Chuck Norris conseguiram emplacar vários sucessos com esse tipo de personagem invencível. Foi então que quase no final da década surgiu finalmente um tipo de herói diferente para essas produções. O oficial John McClane (Bruce Willis) do Departamento de Polícia de Nova Iorque não apenas se machucava nos tiroteios em que se envolvia como também sangrava e se feria para valer em cena. Era um novo tipo de atitude dentro dos filmes de ação ininterrupta. 

Interpretado por Bruce Willis em seu primeiro filme nesse gênero a fragilidade e vulnerabilidade do tira logo caiu no gosto do grande público e “Duro de Matar” se tornou um sucesso estrondoso de bilheteria. O curioso é que ninguém em Hollywood apostava muito em Bruce Willis para estrelar um filme desse tipo. Na época ele era apenas um ator de TV que interpretava o cínico e engraçadinho detetive da série “A Gata e o Rato”. Fazer a transição da telinha para a telona dos cinemas não estava muito fácil para ele. Seu primeiro filme, uma comédia romântica chamada “Encontro às Escuras” com Kim Basinger, tinha feito um sucesso apenas modesto nas bilheterias. Ninguém realmente esperava que Willis iria emplacar um sucesso tão grande como esse “Duro de Matar”.

O roteiro era bem simples mas procurava tirar o melhor proveito possível da situação limite mostrada no filme. Um grupo de terroristas tomava controle de um grande arranha-céu. Exigindo um resgate milionário os terroristas só não contavam com a presença no local do tira casca grossa McClane (Willis) que a partir daí faria qualquer coisa para libertar sua esposa que se encontrava entre os reféns. Com a trama armada o espectador passa a acompanhar uma sucessão de cenas de ação no monumental edifício (na verdade a sede dos estúdios Fox em Los Angeles). O sucesso espetacular de “Duro de Matar” daria origem a uma franquia praticamente sem fim, com várias sequências nos anos seguintes. Bruce Willis também redirecionaria completamente sua carreira a partir daqui. Deixaria o estilo de comediante simpático e cheio de cinismo de lado para investir firme em várias fitas de ação nos anos que viriam. Mesmo com longo currículo de produções no gênero depois de tantos anos o fato é que nenhuma delas conseguiu superar o impacto e a qualidade desse primeiro “Duro de Matar”, um dos melhores filmes de ação de uma década que ficou marcada justamente pela profusão desse tipo de filme. Era o melhor do cinema de ação da década de 80.

Duro de Matar (Die Hard, Estados Unidos, 1988) Direção: John McTiernan / Roteiro: Steven E. de Souza, Jeb Stuart, baseado no livro de Roderick Thorp / Elenco: Bruce Willis, Alan Rickman, Bonnie Bedelia, Reginald VelJohnson / Sinopse: Policial de Nova Iorque acaba se envolvendo em um seqüestro em andamento sob liderança do terrorista Hans Gruber (Alan Rickman) que exige uma grande quantia em ações para libertar um grupo de reféns.

Pablo Aluísio.